Nascido para o Rock — Born2Rock
Nascido pro Rock! Esse é o sentimento que tenho.
A exposição
Teste
Como seres sociais que somos, frequentamos eventos em que seguidamente somos expostos a estilos musicais diversos dos que gostamos e/ou estamos acostumados a ouvir.
Esta exposição pode se dar de diversas maneiras, mas na sua grande maioria é uma exposição a um show de horrores.
A situação
Quando vou a uma festa da empresa, um churrasco entre amigos, formatura, casamento e outros eventos, normalmente começam com umas músicas pops, as vezes MPB, as vezes músicas bem populares, de gosto aceitável e que não vão assustar ninguém, mas conforme o evento vai ficando animado (aumento de dosagem alcoólica) já fico esperando … daqui a pouco começa o sertanejo e depois entra o pagode (ou vice-versa) — pra piorar, às vezes ainda tem uns funks no meio disso tudo.
Desesperado com tal situação, tento pedir um AC/DC para o DJ, afinal é um tipo de rock muito bem aceito entre os não praticantes. Normalmente, a resposta é negativa — e a resposta negativa tem um motivo, afinal o DJ vive de colocar som em eventos sociais e quanto mais as pessoas gostam das músicas que ele coloca e quanto mais a "pista" está cheia, mérito do DJ que vai ser recomendado para mais eventos sociais. Esta é a métrica do DJ, quando o sucesso é igual a pessoas dançando na "pista". Mas não tem jeito: mesmo que role AC/DC, Rolling Stones, de vez em quando um Faith no More, a tão detestada hora se avizinha, e lá vem, goela abaixo, sertanejo e pagode!
O choque de realidade
Sabe o que mais choca o cidadão aqui? Todo mundo sabe as letras, todo mundo sabe as danças, todo mundo sabe as coreografias … Até aquela senhora de 120 anos — que tava quase adormecendo no salão, esperando pra assistir a bisneta se casar — se ergue do nada, parecendo o Mumm-Ra dos Thundercats, que acorda do sono eterno e começa a requebrar as cadeiras, vai até o chão, dança na garrafa e até passa por debaixo da cordinha.
Mesmo aqueles amigos de fé, nossos “brothers do rock”, em ambientes envolvendo família, churrasco e outros eventos de beberagem e festança, acabam por chutar a integridade musical pro alto e se entregar de corpo e alma aos famigerados estilos mais populares. Não que às vezes não entremos na onda, mas isso acontece por necessidade de socialização, associada à embriaguez e à decorrente falta de noção. E esse não é processo 100% agradável, pois podemos até entrar na onda, mas nunca entramos verdadeiramente no clima.
Mas então, o que fazer?
Gosto é gosto, sentencia a sabedoria popular. Não vou fazer com que os eventos sociais sejam regados a rock'n'roll. Portanto, quando vou embora pra casa, deito em posição fetal e penso: “i was born2rock!”.
